terça-feira, novembro 07, 2006

Era uma dessas despedidas inevitáveis na minha vida. E eu lembro de ter pensado que, naquele dia, seria tudo diferente. Eu estava ótima, não precisava ser dramático como nas vezes anteriores. Era isso, eu tinha decidido. Ia ser diferente. Eu ia dar tchau e voltar pra casa feliz.

E, quando tudo acabou, foi estranho. Eu não senti nada. Ou melhor, tudo que eu senti foi um grande nada. E eu pensei que devia ser a tal maturidade de que todo mundo sempre falava. Talvez eu tivesse adquirido aquele desapego que eu tanto queria. Eu, definitivamente, estava bem.

Subi as escadas, sempre com um "nossa, como eu estou bem!" em mente, e decidi enrolar um pouco por ali. Pedi uma Coca-Cola, que parecia geladíssima. E o dia estava quente, bem quente. Perfeito. Tudo estava certo, era um dia feliz.

Tomei o meu primeiro gole de Coca-Cola - absurdamente gelada. E aquilo doeu tanto na minha garganta, tanto, tanto... Eu não consegui conter as lágrimas. Eu tentei, mas elas me venceram. E eu achei tudo tão ridículo. Era só uma Coca-Cola! Era só uma Coca-Cola, né?

Eu, definitivamente, não tenho o menor talento pra auto-sugestão.