terça-feira, outubro 05, 2004

No meio da madrugada, eu acordei e disse: Not yet. Estranho, mas apaguei da memória durante o dia. Agora, entre os reatores da prova de amanhã, lembrei que o Felipe me contou que existem estudos sobre o surgimento de uma nova identidade junto com o aprendizado de um outro idioma. Hum, hora de acionar o Google...

O Ser - ou seja, o indivíduo consciente da própria identidade e da relação com o ambiente - e a personalidade são muito influenciados pelo idioma. Apesar de, normalmente, o ego inconsciente ser mais dependente da experiência lingüística que o consciente, há uma relação muito forte e clara entre o ego e a linguagem. Seria, portanto, legítimo argumentar que quando ocorre uma experiência plurilíngüe, coexistem dois egos (e, então, uma personalidade dividida, com tendências esquizóides).

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Quando um indivíduo multilíngüe aprende um idioma alheio no colégio, vive na realidade uma experiência metalingüística: nada mais é automático nem espontâneo, quase tudo é sujeito a regras definidas claramente, que devem ser aprendidas de maneira racional. Inclusive, neste caso, o componente afetivo é muito importante: a relação com o professor e o ambiente no qual se aprende o idioma determinarão em grande medida a atitude do aluno frente à aprendizagem de um idioma estrangeiro. Os melhores resultados são obtidos quando há uma relação estreita e positiva (em uma espécie de transferência didática) com o professor ou a pessoa com a qual se aprende o idioma, ou quando há um vínculo forte (estético, ideológico ou afetivo) com a cultura ou os países nos quais se fala esse idioma.

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Quando um idioma passa a fazer parte da própria identidade, a mudança de código pode converter-se em uma modalidade tanto de adaptação como de expressão. Passa a ser uma opção psicológica que procede do mais profundo do ego de quem fala.

Interessante. Reforçando a teoria de que eu não sou tão normal assim.