domingo, agosto 01, 2004

A Viagem - Final

No meu sonho, eu ouvi aquela vozinha, bem longe. A voz foi ficando mais alta, mais alta, mais alta - eu acordei. Quem? Senhora tagarela, óbvio! Às 8:00 h da manhã, ela já estava falando, dessa vez com as passageiras de trás. Ah, não, eu não merecia. Foi ruim ouvir os causos uma vez. Não dava pra escutar tudo de novo. Hora de pegar o discman outra vez. Música vai, música vem, o ônibus parou em Caldas Novas. Parou e ficou. No início, ignorei. Ele continuou parado. Eu fui ficando curiosa. Já que a senhora tagarela estava lá mesmo, melhor tirar algum proveito da situação. E se ela não parasse mais de falar? Medo, muito medo. Ah, a curiosidade era maior. Perguntei.

Ah, o ônibus quebrou!

Acho que a minha cara se encarregou de intimidar qualquer intenção de prolongar a conversa. Só me restava esperar. Esperei 10, 20, 30 minutos. Melhor ligar pra casa e avisar que eu me atrasaria. Esperei mais um pouco. Nada. Impressionante, quanto maior a sua vontade de chegar em casa, mais tempo você vai levar pra chegar lá.
Com uma hora de atraso, o ônibus começou a se mexer. Vinte e tantas músicas depois, o Setor Moteleiro de Goiânia. Aêêê (por Goiânia, não pelo Setor Moteleiro)!!! Pronto, eu estava chegando. Logo eu estaria encontrando a família inteira. Ingênua, de novo! Mesmo com o atraso de uma eternidade, as pessoas não conseguiram chegar a tempo na rodoviária. E vocês sabem como eu detesto chegar e não encontrar ninguém na plataforma. Raios!!! Esperei, esperei, esperei... Chegaram. Casa? Claro que não. Minha mãe ainda tinha que fazer compras. Sim, porque a rodoviária é também um shopping. A essa altura, esquecer que o meu objetivo inicial era chegar em casa me parecia a melhor opção. Bom, terminadas as compras, eu finalmente cheguei ao meu lar, doce lar!!!

Tempo total de percurso: 18 horas.
Resolução de férias: arrumar um namorado rico que pague a minha passagem de avião na volta.


Lago das Rosas - Goiânia-GO